
Tandhros Mondrorock
O Rei que não mais sorrir.
Tandhros Mondrorock e seu irmão mais velho Khranos ficaram órfãos de pai ainda bem pequenos, por causa de um rachamento de terra, foram criados então por sua mãe. Tandhros sempre se inspirou na força de seu irmão que ajudava muito sua mãe, mas ao contrario de Khranos, Thranos era mais sensível e muito mais pacifico e cauteloso. Ele passou a infância se inspirando nos atos de bravura de seu irmão cinco anos mais velho. Quando Tandhros tinha onze anos, ficou completamente órfão, pois sua adorada mãe foi pisoteada por uma manada de búfalos selvagens. Ele e Khranos, orfãos, e sem parentes próximos pelo reino, tiveram que sobreviver como podiam. Certo dia, testemunharam mais uma vez o torneio tradicional Kretoriano e assistindo a competição do labirinto de Setus, tiveram então a ideia de juntos treinarem, se aprimorarem, para competirem no torneio e vencerem a principal atração, a fim de serem assim consagrados e recompensados por seus feitos, ficando bem ricos. Então os dois irmãos começaram a praticar, se fortalecer, competiam um contra o outro, Khranos sempre levava a melhor, mas sempre estimulava seu irmão caçula a continuar tentando. Khranos nem sempre era uma companhia positiva para o irmão mais novo, na verdade em muitas das vezes desde pequeno ele acabava desafiando Tandhros a fazer coisas erradas, dizendo que enquanto não vencesse seus limites seria sempre um fraco medroso. Khranos acabou ficando mal quisto na cidade por pequenos atos de vandalismo e furtos, e consequentemente Tandhros também. Aos 18 anos, Khranos participou pela primeira vez do torneio Kretoriano, por ainda ser jovem, Tandhros não participou, mas torceu e ajudou o irmão como pôde. Khranos logo foi eliminado nas preliminares que garantiriam sua vaga no evento principal, a competição chamada labirinto de Setus. Isso não os desanimou, eles continuaram a participar das outras competições naquele mesmo evento. Quatro anos depois, Tandhros com 17 e Khranos com 22 participaram novamente do torneio, mesmo com Khranos vencendo algumas competições menos importantes, na principal, a do labirinto, ele foi nocauteado pelo grande touro de chifres de ouro. Tandhros não se classificou nas preliminares e por isso assistiu mais uma vez seu irmão, ele ficou muito assustado quando testemunhou Khranos ser gravemente atingido pela fera de chifres dourados. Khranos ficou muito ferido, mas naquele dia a valentia dele despertou o interesse de alguém na platéia. Essa pessoa se ofereceu para ajudar Tandhros, cuidando de seu irmão inconsciente. Era um senhor misterioso, que conversou com Tandhros naquela ocasião, e ao saber da historia dos dois irmãos órfãos ofereceu algo inesperado, um emprego. O Senhor disse :
"Vocês talvez nunca vençam a competição, há muitos outros como vocês treinando para isso. Essa loteria não depende da capacidade de ambos, que cuja é admirável. Pois bem, eu vos tenho uma boa proposta. Em verdade uma oferta de emprego". Tandhros ficou apenas ouvindo atento as palavras do senhor que continuou: "Gerencio uma quadrilha de ladrões e meus olhos dizem que vocês ganhariam muito mais trabalhando para mim do que tentando vencer essa competição que para muitos não passa de encenação, uma trapaça descarada". Tandhros ficou pensativo, mas não podia decidir nada sem o consentimento de seu irmão, e assim, considerando a oferta do senhor, pediu por algum tempo para pensar no assunto. No dia seguinte, Khranos acordou, sentia-se bem, apesar das escoriações e da forte pancada. Tandhros levou seu irmão ferido para casa e logo contou sobre a oferta de emprego do senhor misterioso. Khranos ao ouvir a inusitada proposta disse a seu irmão: " ... Ou isso, ou aceitarmos entrar para o exercito desse governante temporário, corrupto e mesquinho. Afinal, ainda podemos voltar daqui a quatro anos para tentar vencer a competição". Tandhros preferiu ficar e se juntar ao exercito de Kretos. Isso criou uma desavença entre eles, mas no fim ambos aceitaram e respeitaram as decisões um do outro. O dois irmãos prometeram ficar bem e se encontrarem na competição daqui a quatro anos. Passaram-se os respectivos anos, Tandhros logo conseguiu alto cargo nas forças militares de Kretos, sendo subordinado de um dos principais generais do reino. Por outro lado, seu irmão mais velho adquiriu gosto pelo ramo dos ladrões se tornando bem sucedido na quadrilha, mesmo que sua função não fosse propriamente roubar e sim mais oferecer apoio, na retaguarda. No dia do novo torneio Kretoriano, Tandhros, com 21 anos, e Khranos, com 26, se encontram novamente. Ambos estavam ansiosos por competir um contra o outro e mostrarem suas habilidades. Juntos, vencem todas as outras competições do evento, umas Khranos vencera e outras Tandhros. Era aguardado o evento principal, os dois irmãos estavam bem conhecidos no evento daquele ano e eram observados de perto por todos. Eles deram seu melhor na prova do labirinto, mas foram vencidos por um dos filhos dos generais do falecido rei, mais especificamente, o filho do general que estava liderando Kretos como rei temporário. Khranos deixa a competição dizendo que havia visto um mapa do labirinto na bolsa do vencedor, isso causou certa agitação no local, ele e Tandhros logo se retiraram dali. Tandhros parabenizou o irmão e pediu para que voltasse a Kretos, que a situação financeira ali já não era problema, Khranos porém o disse:
"Irmãozinho, depois que se prova a aventura, a incerteza... Bom, isso é tão prazeroso quanto competir, quanto ganhar, entende? Por que não junta-se a nós na gangue?"
Tandhros logo recusa e novamente os irmãos, abraçando um ao outro, despedem-se, prometendo voltar a se ver no próximo torneio. Dois dias antes do novo torneio kretoriano acontecer, Tandhros agora com 25 se espanta com a aparição precoce de seu irmão Khranos, agora com 30. Eles passam a noite comendo, conversando e bebendo, lembrando dos velhos tempos. Para não perder o costume, Khranos quase arruma outra confusão e até desafia Tandhros a fazer algo inusitado, quase como nos dias de adolescência. Durante esse encontro inesperado, uma coisa chamou a atenção de Tandhros, foi algo que seu irmão havia dito. Khranos disse que tinha certeza que Tandhros conseguiria fugir da prisão Aldebaroth, a mais aclamada das prisões de Gaiarth, que ficava em Kretos. Khranos se despediu do irmão que inocentemente o desejou uma boa noite de sono. Na manhã seguinte, faltando um dia para o torneio acontecer, ao chegar ao local de seu trabalho, Tandhros é preso pelos guardas do palácio. Assustado, tenta reagir e sem saber o que aconteceu, ele foge. Mais tarde naquele dia, escuta na cidade pessoas comentando, diziam que ele havia se juntado ao exército de Kretos somente para colher informações para seu irmão mais velho que se juntara a uma procurada elite de ladrões e que assim conseguiram roubar o troféu do torneio e toda a recompensa destinada ao vencedor da atração principal, já que os mesmos nunca ganharam e isso seria uma forma pre meditada de vingança. Naquela noite, enquanto Tandhros dormia, uma senhora kretoriana, que havia sido auxiliada mais cedo por ele, denunciara a sua presença aos guardas reais. Tandhros se espanta ao acordar sendo sufocado e preso dentro de um grande saco, que é puxado por fortes touros. Ele é levado a prisão Aldebaroth, onde é posto numa cela, torturado, interrogado, acusado de roubo, alta traição e desonra.
Amanhece, é o dia do novo torneio, os guardas da prisão ficaram incredulos ao descobrir que Tandhros tinha nocauteado vários guardas e deixado a prisão cuja qual nunca ninguém jamais havia fugido antes. Com ameaça de cancelarem o torneio, ainda assim o evento acontece normalmente. Durante o evento principal, Tandhros, disfarçado, finalmente vence a competição no labirinto e ao tirar a mascara que ocultava sua identidade causa espanto em todos ali presentes. Ao vencer e revelar-se, ele jura em voz alta sua inocência, exigindo como recompensa de ter vencido a competição um julgamento justo perante ao rei. Logo vários guardas tentam prende-lo, ele não reluta, e novamente é preso. Dessa vez ele permanece na prisão por cerca de um ano. Certa noite, porém, sonhara com uma criatura mágica, a criatura divina chamada Guidendin, isso o despertara no meio da madrugada e ele por acaso, ou não, vê novamente uma rara chance de escapar. Dessa vez Tandhros não estava usando simples algemas e sim duas bolas de ferro ligada a seus punhos, impressionantemente ele as usou para construir seu caminho para fora da prisão. Tandhros, ainda com as pesadas algemas, seguiu para o porto de Kretos roubou um grandioso barco e partiu. Era uma tarde quente, o sol já havia passado do centro do céu quando ele desembarca no porto da cidade templo. Tandhros subiu pelas longas escadarias ainda com as pesadas algemas e ao chegar ao meio do povo que estava ali para a seleção foi logo reconhecido. Ele estava prestes a ser novamente preso quando percebe algo vir por dentro da multidão agitada. É a celeste criatura equina semelhante a unicórnio chamada Guidendin que veem à seu encontro, reconhecendo sua nobre aura, ela se curvara diante dele. Jurando proteção e lealdade, ela se revela "uma nova criatura", assumindo sua verdadeira forma de criatura guardiã-guia. Minothorus, uma especie de touro hibrido de homem aparece, tornando Tandhros o novo rei de Kretos. Tandhros passa então pelos procedimentos na cidade templo e ao voltar, já coroado, recebe a visita de seu irmão mais velho, Khranos, que o parabeniza pela coroa. Khranos já mostrava ter planos para tanto poder, disse até já ter deixado a quadrilha de ladrões de elite, porém é surpreendido pelo irmão mais novo, pois é preso por seu Guidendin e posto na prisão Aldebaroth na mesma cela cuja qual Tandhros escapou duas vezes. Inconformado, Khranos cobrou compromisso sanguineo de seu irmão , mas Tandhros, agora com um aspecto mais firme, seguro e confiante, o disse friamente: " Um irmão jamais abandona o outro, muito menos para apodrecer na prisão sozinho por um crime que não é dele! Sabias da minha inocência Khranos! E o que Fizestes para ajudar-me? Nada! O que fizestes não é digno de perdão! Agradeço pelos bons tempos, mas não és mais meu irmão. Nossos caminhos são muito diferentes, sou o novo rei de Kretos, o meu único dever agora é para com o meu povo e meu reino! E quanto a você? Bom... És apenas um ladrão ganancioso e inescrupuloso, um traidor. Nossos pais se envergonham nos céus". Khranos enfurecido por ser contrariado prometeu vingança. Todos se espantaram, exceto Tandhros, ao saber que no aniversário de um ano de sua prisão Khranos também conseguira fugir da prisão Aldebaroth. Tandhros sempre foi muito inteligente, e aprendeu a ser calmo, mas se tornou bem menos extrovertido depois da prisão de seu irmão. Agora ele é serio, quieto e até frio, não mantém relações com ninguém e não importa quando, ou o que esteja fazendo, seja esculturas, se exercitando, meditando, lendo, tomando banho de lama, ou tratando de seus deveres reais, parece sempre estar viajando, perdido no labirinto de seus pensamentos, fora do alcance de qualquer forte emoção, ou sentimento ordinário.

















